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Laura Catena PARA ENTENDER - RAPIDINHO Estudo da Catena aponta os efeitos de terroir diferente na Malbec ARGENTINA - Com o objetivo de realizar estudo profundo sobre o terroir de Mendoza e tendo como pano de fundo os vinhedos da família, Laura Catena criou, em 1995, o Catena Institute of Wine. Recentemente o Institute anunciou a publicação de um trabalho pioneiro – o maior e mais extenso já realizado a respeito de uma única variedade de uva. No estudo, como resultado procurado, a uva Malbec foi usada para comprovar a existência irrefutável do terroir nos vinhos produzidos.
“Mendoza é um dos poucos lugares no mundo com terroirs notavelmente diferentes em curtas distâncias”, diz Laura Catena, diretora geral da bodega Catena Zapata, representada no Brasil pela importadora Mistral. “Pela primeira vez, o estudo mostrou que o efeito do terroir pode ser quimicamente diferenciado de safra para safra em regiões maiores e em parcelas menores. Conseguimos prever com 100% de certeza a origem de cada vinho em nosso estudo por meio de análises químicas”, ela acrescenta.
Este estudo é o primeiro a comparar quatro níveis diferentes de terroir – três grandes regiões, seis departamentos, 12 indicações geográficas e 23 parcelas individuais (áreas menores de 1 hectare) – em três safras diferentes: 2016, 2017 e 2018. Ele fornece detalhes climáticos, bem como análises químicas de 201 vinhos microvinificados em condições semelhantes. As diferentes análises quimiométricas permitiram agrupar e perceber as diferenças ou semelhanças dos vinhos de determinadas regiões e parcelas.
O trabalho demonstrou que é possível determinar quimicamente a origem de cada vinho, independentemente da influência da safra. Onze das 23 parcelas puderam ser identificadas usando modelos quimiométricos, enquanto as 12 parcelas restantes puderam ser identificadas com até 83% de certeza. Ao combinar os dados de análises sensoriais e compostos voláteis neste estudo, o Catena Institute of Wine espera adicionar ainda mais rigor aos modelos para determinar micro parcelas e perceber as suas diferenças.
“Nosso estudo valida o que os monges cistercienses de Borgonha chamaram de 'cru’ e que Hugh Johnson define como ‘uma seção homogênea da vinha cujos vinhos, ano após ano, apresentam uma qualidade e sabor distintos, com identidade própria’. Agora, pela primeira vez na literatura científica, o termo francês 'cru' recebe uma versão em espanhol, ‘parcela’, já que os vinhos estudados pelo CIW vêm de Mendoza, Argentina”, comemora a fundadora do instituto. Confira o artigo na íntegra em www.nature.com/articles/s41598-021-82306-0.
www.catenainstitute.com
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