Crédito: Vinho&Cia 
Cozinha aberta do Lilu, com o chef André Mifano ao centro ONDE BEBER - RESTAURANTES Lilu, de André Mifano, mostra que restaurante é mais difícil do que TV  SÃO PAULO - POR REGIS GEHLEN OLIVEIRA - André Mifano foi eleito chef do ano em São Paulo pela Folha, após ficar famoso na TV pelo programa The Taste, onde destacou seu estilo cheio de tatuagens e com uma boa dose de antipatia ao julgar aprendizes de cozinheiros. Ele, que começou de baixo, arriscou abrir seu restaurante Lilu em Pinheiros no final de 2016, com algumas propostas diferenciadas.
O menu é enxuto, varia de tempos em tempos, e não tem separações formais entre pratos, como o convencional entrada e principal, exceto os doces. Todas as opções são porções bem pequenas, hoje cada uma a preço semelhante ao de um prato principal em um restaurante com nível de conforto e serviço similar. A sugestão da equipe é que cada pessoa peça no mínimo duas porções, mais uma sobremesa, que são servidas ao centro da mesa, espartana, sem jogo americano, sem toalhas, sobre o tampo de pedra, com o objetivo de serem compartilhadas. Os pratos, que saem da cozinha aberta e ruidosa no meio do salão, não têm nenhuma apresentação mais pictórica. A proposta geral é tudo com pouca sofisticação, com aspecto mais de bar do que de restaurante, mas no final com preço total da conta equivalente a de uma casa bem sofisticada. Exemplo é a porção do saboroso chorizo espanhol, grafado no cardápio com um nome mais transado, com apenas 6 rodelas cortadas e servidas sobre um pedaço de papel, sem mais nada, por quase 40 reais. O ambiente é todo clean, com bastante branco, sem quadros ou tapetes nas paredes, com som de música norte-americana em volume mais alto, e mesas quase coladas umas nas outras, em clima de integração, ou não-privacidade. O chef inventa bastante nas receitas, com vários produtos japoneses misturados com tradicionais ingredientes italianos, franceses ou espanhóis. A cozinha poderia ser classificada como contemporânea, fusion, ou do "crioulo doido", ao gosto e à visão de cada um. Críticos tradicionais a elogiaram bastante. Na noite em que fomos conferir, deu para perceber que fazer uma grande cozinha e um grande restaurante é mais difícil do que fazer tipo na TV ou agradar críticos tradicionais.
A carta de vinhos segue a mesma linha, extremamente básica, com apenas 2 espumantes, 4 brancos, 5 tintos e 2 doces. O serviço é feito em copos adequados, e todas as opções, exceto o rótulo mais caro, podem ser pedidas em taça (de 22 a 40 reais) ou garrafa (de 92 a 356 reais). A rolha está 50 reais.
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